domingo, 23 de setembro de 2018

Setúbal 0 x 2 FC Porto | Trivelas & Roscas



O meu avô viveu até aos 86 anos a beber vinho de pacote. Essa é que é essa. Vamos a notas.


Militão: Nem sempre é o caso, mas uma crónica que coloque um central na lista de melhores jogadores não é bom sinal. Militão é daqueles jogadores que só devia passar por esta coluna uma vez a cada três meses porque, no mundo ideal, os adversários do FC Porto perderiam a bola logo à saída do seu meio-campo. Mas não estamos vivemos essa utopia futebolística e a realidade é que o FC Porto tem mostrado um futebol austero, seco de ideias, com recurso exaustivo e exasperante à bola directa, que nos deixa muito pouco entusiasmados. E debilidades na transição defensiva, na organização e resposta quando o adversário tem a bola, que nos deixa a todos bastante preocupados. É aqui que entra Militão (e Felipe). O rapaz chegou há um mês e parece que já cá está há um ano. Por muito que goste de - e augure um futuro brilhante a - Diogo Leite, o segredo da estabilização emocional da equipa passa por Militão, que emulou com o compatriota o tampão que nos deu o título o ano passado. O problema do FC Porto é da cintura para a frente.

Otávio: Otávio não tem sido soberbo. Mas para quem começou a pré-temporada com o carimbo de dispensável, tem feito uma progressão interessante a baralhar a crítica. Eu tinha um kit de piadas pronto para cascar nele esta época que teve de voltar para o congelador. Espero que apodreça lá.


Brahimi: Procura-se.

Herrera: Está naquela fase da adolescência em que não há pai que o consiga encaminhar. Corre como se quisesse resolver todos os problemas do mundo. Mas recebe e devolve a bola como quem está amuado com a vida. É esperar que passe.

Sérgio Conceição: Sérgio Conceição foi campeão em 2017/18, em condições muito desfavoráveis e contra todas as probabilidades. Não há quem mereça mais mérito por essa conquista do que ele. O homem é o mesmo, o treinador também. Só que o futebol é diferente: para pior. A estratégia já não resulta tão bem porque está mais do que lida pelos adversários. A palavra de toque também já não funciona da mesma forma porque o compromisso de alguns jogadores para com o FC Porto já não é o mesmo. Tendo perdido intérpretes fundamentais e, uma vez mais, sem ter recebido reforços à altura, não se pedia a Conceição que colocasse o FC Porto a jogar um futebol sarriano, moderno, avassalador. Mas esperava-se que estancasse pelo menos o derrame motivacional que a equipa atravessa desde o início da temporada. Bottomline: o nível e a vontade derraparam e o treinador terá de repensar a fórmula. Desconstruir e reconstruir sem destruir. Na verdade, esse tem sido o desafio mais complicado para Conceição enquanto treinador de futebol: resistir ao desgate natural criado com os plantéis que treinou.

2 comentários :

  1. Resumindo: nós desde a 2ª jornada temos andado a jogar com 9.
    Aboubakar e Herrera estão duas completas nulidades.

    Aboubakar com todo aquele físico e força, não consegue ganhar uma bola dividida, não ganha uma de cabeça, sempre escorrega na hora errada, nunca está na linha do passe ( ou está adiantado ou está atrasado), sem contar erros infantis de passe, sem contar a falta de explosão, falta de velocidade, etc... tem sido claramente menos 1 no 11.

    Herrera voltou ao normal, a exceção foi a época passada e a Copa de 2014.
    O normal de Herrera é este: lentidão, erros de passe, completamente ao lado do jogo, perdas de bola e etc... A minha suspeita é que de 4 em 4 anos Herrera joga bem regularmente. Quem viu Herrera jogar no Mundial do Brasil em 2014 ficou maravilhado, quem viu Herrera jogar este ano também. Temo que só em 2022 Herrera volte a jogar bem regularmente. Outro menos 1 no 11. É demais.

    Brahimi (ainda) não chega a ser menos 1, mas qualquer professor neca de qualquer divisão em Portugal e na Europa sabe que Brahimi vai tentar driblar quando recebe a bola. E claro que qualquer misterzinho de meia-leca mete 2 ou 3 em cima dele, rouba a bola e sai em contrataque. Até eu fazia isso.

    Também impressiona que até agora, TODOS os times que nos defrontaram CORRERAM os 90 minutos sempre em alta rotação. Nas 2ªs partes, parece que andamos de carocha e os outros de BMW. Estamos levando sufoco de qualquer chaves ou moreirense, e acabando os jogos com o credo na mão.

    Era bom que SC colocasse no balneário, na palestra, na cabeça dos jogadores que, geralmente, qualquer timeco de qualquer divisão quando joga contra nós, faz a exibição da época, correm como loucos, e acertam passes, lançamentos e contrataques de playstation. Basta 1 remate e marcam.

    A ver vamos. Abraço.

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  2. os jogadores estao fartos de correrias, depois marega, herrera, abou, e outros tem os mesmissimos defeitos que sempre tiveram e o ano passado disfarçaram com muito querer, mas isso resulta uma epocae SC nao quer entender isso. SC OU E INTELIGENTE E MUDA ALGO OU CONFIRMARA QUE NAO PASSA DE UM TREINADOR DE CHICOTADA COMO O MOTA.

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