terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Boavista 0 x 1 FC Porto | Trivelas & Roscas

Foto JN

Vitória suada, suadíssima, no intemporal derby da invicta, que fez no domingo uma viagem a um passado mítico, onde a definição de pontapé não incluía necessariamente a bola. O FC Porto agarrou os três pontos no último lance do jogo, a marca inequívoca de uma equipa perfilada à imagem do seu treinador: nunca desiste - mesmo quando os adeptos já desistiram. Essa é talvez a característica que melhor distingue o FC Porto de Sérgio Conceição dos antecessores. Desde a derrota na Luz, sempre que o FC Porto chegou ao último quarto de hora empatado, os adversários foram massacrados até ao último suspiro. O que, sendo um carimbo do compromisso que esta equipa - e o seu treinador - têm para com a vitória, não deixa de ser preocupante. Este ano, o FC Porto já resgatou 12 pontos nos últimos dez minutos. Desses, 4 foram para lá dos 90’. Três das quatro vitórias arrancadas a ferros (Belém, Tondela, Braga e Boavista) foram por 1-0, um indicador da falta de eficácia dos avançados e/ou da forma como o plano tático montado por Conceição não resultou durante a maior parte do tempo. Por isso, mais do que absorver a euforia da late victory, temos de pensar porque é que só estamos a chegar lá quando já reina a anarquia táctica.



Militão: A frieza com que aborda cada lance, mesmo na grande área, faz-me desconfiar que resista à fome dos tubarões em Janeiro. Militão trouxe consigo a estabilidade que a equipa pedia desesperadamente no arranque do campeonato. E aproximou o registo de Sérgio Conceição do de Vítor Pereira, provavelmente o treinador com melhor organização defensiva que passou pelo clube nos últimos anos. Ainda comete alguns excessos, fruto da exuberância que transporta, mas até nisso parece saber onde pode errar com segurança. Desde o desaire na Luz, o FC Porto não voltou a sofrer golos no campeonato. O segredo do sucesso defensivo passa e muito por Militão.

Banco: A profundidade era um dos temas fracturantes do início da época, mas os números contrariam a teoria. Dos 50 golos marcados esta época, 10 vieram do banco. E a explosão de alegria no Bessa foi inteiramente construída por três suplentes. Soares, Adrián e Hernâni. O registo prolífico das alternativas não significa necessariamente que o FC Porto tem um plantel completo e bem montado. Os desequilíbrios existem e não foram resolvidos pelas contratações tardias do defeso: Bazoer e Jorge. O que tem disfarçado a problemática é a reciclagem de ativos como Adrián e Óliver, os verdadeiros “reforços” do FC Porto 2018/19.



Brahimi: Desinspirado, desconfiado e irritadiço. Precisamos de que o Ramadão futebolístico de Brahimi acabe rapidamente.

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