Primeiro lugar do grupo e meio orçamento garantidos. Isto a uma jornada do fim. Já tinha saudades de fazer uma Champions assim. Toda a gente conhece a minha animosidade com Rui Pedro Braz. Não gosto de invertebrados desde que vi uma agremiação de vermes devorar uma maçã. Mas quando saiu o novo disco do Michael Bublé percebi que estávamos a caminhar para essa inevitabilidade que é o Natal, aquele tradicional período de trégua social onde somos nós a comer o polvo e não o contrário. Por isso, decidi emular o espírito e fazer hibernar o conflito, convidando o Rui Pedro Braz para assinar a análise do FC Porto x Schalke de ontem. O rapaz mostrou alguma relutância, mas depois de três amarelinhas aceitou e varreu a alma. Olhem, eu não diria melhor.
Grande bem-haja ao Bala pela gravação e edição desta masterpiece.
Herrera: Esticou muito bem o jogo na segunda parte, diluindo o meio-campo alemão, cuja estratégia passava invariavelmente pelos pés de Bentaleb ou Konoplyanka. Bem apoiado por Danilo, que pisou terrenos mais adiantados e pela medicina alternativa de Óliver, Herrera esteve quase sempre intransponível a defender e muito presente a atacar, funcionando como falso 9 em dois ou três ocasiões. Faltou o golo.
Corona: O mexicano anda endiabrado e ontem, de regresso à posição natural, voltou a desmontar o lado esquerdo da defesa alemã com triangulações eficazes e dribles produtivos. Afinal, o que sempre faltou a Corona foi orientação ao seu futebol. Picasso também não servia para pintar paredes de prédios até perceber que podia pintar murais. O trabalho, que parece mais psicológico do que táctico, está a transformá-lo num extremo assombroso, que, no contexto da equipa, é um acrescento poderoso.
Brahimi: Correu-lhe quase tudo mal. Mas para ele a bitola está sempre mais elevada do que para todos os outros. O que me deixa bastante satisfeito ao ver a sua insatisfação quando sente que não cumpre.
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