Sérgio, quando li o XI que escalaste para a partida frente ao Leipzig fiquei mais eurocéptico que os Le Pen. Tal como a esmagadora maioria dos portistas, esperava mais presença e proteína no meio-campo e não um motor a dois tempos a competir com a elevada cilindrada dos alemães, como constava do teu esboço inicial. Sou dos que acha que a saída forçada de Marega foi um mal que veio por bem e corrigiu a tua ideia arrojada mas peregrina de despovoar o centro. Nunca vamos saber realmente o que podia ter acontecido se tivesses jogado mais tempo só com dois médios. Na volta, até ganhavas. Mas desta importante vitória sobra apenas uma certeza: a de que criaste um grupo incrivelmente autoconfiante e mais unido do que um sindicato nos anos 80. Até conseguiste por os habituais artistas a solo a preocuparem-se mais com a banda e menos com a performance individual. Esse é o teu maior mérito, ainda que o teu pensamento táctico permaneça, por vezes, difícil de decifrar aos olhos do cidadão comum sem o nível IV do Curso de Treinador da UEFA. Por isso, não me ligues, sou apenas treinador de chaise lounge, que não ganha uma Champions no FM desde o tempo do Chapuisat. Em suma, sou um completo ignorante. E desde que continues a ganhar, vivo bem com isso.
Mexicanos: Não fizeram grande espada no arranque, mas a reorganização imprevista do tetris do jogo beneficiou-os. Tecatito cresceu com o relógio, destacando-se sobretudo pelo contributo defensivo, onde foi o grande amigo de Ricardo até sair lesionado. Há dias em que Corona percebe que é tão importante ser irreverente a atacar como civilizado a defender e nesses dias as coisas correm geralmente bem ao FC Porto. Já Herrera sentiu as costas quentes com a entrada de André André, que o empurrou para a frente e lhe permitiu concentrar mais na distribuição e menos na cobertura ao centro. Exibição prática, coroada com um golo e assombrada por um ou outro passe criminoso, tão típicos de um jogador que tanto dá pontos como tira anos de vida.
Lesões: Além de Corona, Marega e logo na altura mais ingrata. Primeiro, porque nos deixa o ataque no osso em vésperas de novo ciclo exigente. Depois, porque o maliano vivia a melhor fase da carreira e temo que esta paragem de mais ou menos um mês lhe possa tirar algum ímpeto. Lembremo-nos que Marega passou de flop a proscrito, a solução temporária, a gajo-que-até-nem-está-a-jogar-mal-mas-quando-Soares-voltar-o-lugar-é-dele, a indiscutível do FC Porto. É uma pena o músculo ter sucumbido quando mais precisávamos dele. Juro que não sei o que é maior. Se o meu desejo para que volte depressa ou se a surpresa por estar a escrever esta frase.
@
Segue-se o Belém a contar para aquilo que mais conta, o campeonato. Como tu bem acabas de dizer, Sérgio, amanhã "é ganhar ou ganhar, não há outra opção".
Pá, havemos de combinar um almoço, eu, tu e o Silva da tasca
ResponderEliminarHavia de ser uma bela borrascada!
EliminarSério, acontece com alguma frequência almoçarmos pela capital do império. Se te quiseres juntar um dia, manda mail lapisazulebranco@gmail.com
Eliminar