Vitória contundente. Resposta enérgica à ressaca de Leipzig de um Porto maduro e frutado, com leve nota artística. O adversário não deu para mais, é verdade. O Paços de Ferreira - a par do Belenenses quando joga contra o Benfica - é equipa que pior defende no campeonato. O sexto golo então é um workshop de "Futebol Primitivo - Como Defendiam as Equipas no Paleolítico", que embaraça qualquer treinador de Elifoot. Mas mesmo perante um castelo de cartas, o dragão achou por bem aplicar-lhe um vendaval ofensivo, o que demonstra a seriedade com que a equipa encarou o desafio. Não é assim tão incomum deixar pontos em jogos que damos subconscientemente como pré-ganhos. Ora porque a displicência pós-Champions se instala nos jogadores, ora porque o VAR está a espetar garfos nos olhos sempre que a bola passeia na área dos adversários do FC Porto. Era crucial vencer e o FC Porto convenceu. Mostrou que o que se passou na Alemanha ficou na Alemanha e que no Dragão as novelas de balneário duram menos que uma embalagem de Donuts na minha dispensa. E olhem que é difícil.
Herrera: Podem montar a narrativa como quiserem. Podem não gostar daquele passe mais tosco ou daquele AVC da praxe. Podem achar que 60 minutos bons não compensam 30 minutos maus. Podem até recusar-se a perdoá-lo por aquele canto oferecido ao Benfica. Mas Herrera, este Herrera, é importante para o FC Porto. Com o mexicano em campo, a equipa joga de forma diferente, com maior velocidade nas transições e mais pragmatismo no ataque. Perde no domínio e capacidade de retenção da bola que Óliver dá, mas ganha na verticalidade e no jogo directo. Umas vezes seguro, outras desajeitado, Herrera encontrou nesta versaodo FC Porto a melhor forma de manifestar o seu futebol pendular. O único problema do mexicano é o binómio de opiniões em que vive - e para o qual ele activamente contribuiu no passado -, que leva os adeptos portistas a ter posições extremadas sobre a sua utilização. Não é incompatível com Óliver. Nem o complemento perfeito do espanhol. É somente diferente. Quem ganha, somos nós.
Marega: O facto de ter bisado torna-se quase irrelevante perante isto. E isto é o que eu quero ver na minha equipa nos próximos 100 anos. Um jogador à Porto.
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