quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Lokomotiv 1 x 3 FC Porto | Trivelas & Roscas

Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens

In Russia babushka, you don’t play football, football plays you. A vitória de ontem sobre o Lokomotiv de Moscovo foi tão desafiante para o coração como jantar no Chimarrão depois de lanchar na rulote, com a equipa do FC Porto a demonstrar uma vez mais uma capacidade invulgar de transportar qualquer adepto minimamente funcional numa viagem hipersónica entre a exasperação e a euforia. Em perspetiva, o FC Porto até fez um jogo bastante positivo no plano ofensivo, dando um pontapé na falta de objetividade e eficácia que tem marcado as exibições nos encontros mais recentes. Houve mais bola, mais critério na construção, passes mais curtos, mais frieza na área adversária. Uma mudança que tem o cunho de Óliver, cuja presença descomplica o processo do FC Porto com bola. Por outro lado, voltámos a demonstrar que uma vantagem de dois golos é sempre um resultado perigoso para nós, um fenómeno psicológico que carece de explicação e solução. 90 minutos hitchcockianos decididos nas minudências. Notas abaixo.



Defesa: Desta vez nem, Militão escapou à mediocridade defensiva, que resulta de uma conjuntura infeliz de vários fatores diferentes: a falta de forma de Alex Telles, o retiro espiritual de Felipe e a as falhas crónicas de Maxi, além do jogo menos conseguido do nosso Éder. O próprio Danilo, o habitual carro-vassoura do quarteto, ainda precisa de rodagem. E isto tudo bem agitado transforma-se num cocktail altamente inflamável que continua a prejudicar a dinâmica do nosso futebol. Marcamos, marcamos outra vez, sofremos, trememos, voltamos a marcar, voltamos a tremer, sem nunca conseguir olhar o bully nos olhos sem engolir em seco. Não é um problema de falta de qualidade, é mesmo só um bicho mental que precisa de exorcismo ou chá verde ou workshops de auto-estima DIY do Gustavo Santos. Fuck knows. Get your shit together, guys.



Iker: O homem que tem mais presenças na Liga dos Campeões do que eu níveis passados no Candy Crush mostrou porque atingiu o estatuto de lenda ainda no ativo. Por mais que me esforce não há muito que possa escrever de novo sobre ele. A nossa vitória não aconteceria sem aquele penalty defendido. Não estaríamos na liderança do grupo D, com dois de três jogos em casa por fazer. Não teríamos assegurado 1,5% do orçamento de 2019/20. Não teríamos continuado a fazer memes sobre detergentes e rivais. Enfim, acho que já perceberam.

Óliver: Não faço lobby pro-Óliver mas perante o grau de qualidade que empresta à equipa, especialmente com bola, torna-se inegável não pedir mais minutos de utilização. É o gajo a quem, numa festa, dás a mini que não consegues abrir ou pedes para atear o lume que não pega porque sabes que ele tem uma panóplia de soluções para desbloquear o impasse no convívio. Peca defensivamente na ocupação dos espaços, mas mesmo assim as estatísticas estão do lado dele: foi o dragão"com mais desarmes (3), bloqueios de passe (2), segundo a Goalpoint. Além disso, o que o espanhol dá à equipa em comprimento e criatividade compensa largamente o que tira em músculo e poder de choque.

1 comentário :

  1. concordo, ganhamos mas jogamos mal, tivemos a sorte o jogo, o arbitro ajudou, corona anormalmente decisivo, realmente so a teimosia de SC mantem maxi ( deu a vitoria ao benfica por acaso ), filipe e prejudicado porque tem de se preocupçar de forma sistematica com a lentidao de maxi, teles tem pouca proteçao e aquilo pelo lado dele parecia manteiga. SC tem de rodar e lançar jogadores, bazoer tem lugar na equipa. jorge tambem, andre tambem, oliver tambem, joao pedro tambem, s oliveira tambem, leite as vezes, queiros as vezes, nao podem jogar os mesmos sempre , SC tem de montar a sua propria equipa nao so jogar com os jogadores que ja ca estavam.

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