sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Basta!

Basta de Fernando Gomes, o subserviente líder da FPF, cujas SMS foram ilegalmente vigiadas e usurpadas pelo Benfica para benefício próprio, desvirtuando com isso a verdade desportiva nos últimos quatro anos. Fernando Gomes, que sempre se furtou a abordar esse assunto, quebrou hoje um longo e perturbador silêncio. Um silêncio que resistiu estóico à denúncia do esquema de corrupção promovido pelo Benfica, à revelação dos emails que emporcalharam o futebol em Portugal, ao segundo homicídio cometido por uma claque ilegal e ao apoio ilícito de um clube a essa claque. Foi necessário o Benfica entrar numa crise de resultados para Fernando Gomes falar. A credibilidade da FPF, em particular a do seu presidente, entraram num coma irreversível onde a melhor opção é deixar morrer.

Basta de Nuno Cárcomo, o lobo com pele de cordeiro que parece filho de um casamento entre a hipocrisia e o descaramento. O presidente da Associação de Futebol de Lisboa, que quer “centralizar o poder na capital”, deixou a toca para defender as palavras de Fernando Gomes, com um discurso cínico, imprudente e vago, característico de um operacional à paisana do Estado Lampiânico. Nuno Cárcomo Lobo diz que “acompanha, desde há muito, as preocupações agora registadas”, mas não mencionou que o estado climatérico tempestuoso do futebol nacional é também da sua responsabilidade. E do seu centralismo bacoco, anti-portismo primário e racismo indigente.

Basta dos NN. Vultos sem nome e sem rosto responsáveis pelos únicos dois homicídios por ódio clubístico no país. Marco Ficcini e Rui Mendes morreram às mãos da claque do Benfica. Fernando Madureira escapou a uma emboscada com machados e cabos elétricos. Filipe Santos sofreu um grave traumatismo craniano que o deixou à beira da morte. Há um bando de homicidas à solta que rubrica os crimes em nome do Benfica e as autoridades continuam a assobiar para o lado.

Basta da justiça desportiva. E da sua inércia inerente quando o arguido é vermelho. Já passaram três meses desde que o BenficaGate começou a ser investigado pela Polícia Judiciária, a que se somam mais umas semanas desde que o polvo foi destapado e despido pelo FC Porto. A única coisa que mudou desde então foi a ruborização assumida do sector da arbitragem em Portugal e a consciencialização internacional em relação ao problema. Lá fora, já perceberam de que calibre é feito o Benfica. Cá dentro, já todos tínhamos percebido. Mas nem a Liga nem a FPF começaram a inquirir quem quer que seja.

Basta do Estado Lampiânico. É do fundamentalismo insensato, desregrado e anti-lógico que grassa a verdadeira ameaça para o ambiente. É da segmentação entre anjos e demónios que os Rumiyahs desportivos alimentam desde o Apito Dourado e da consequente diferença de tratamentos que se vê agora no BenficaGate que espreita o perigo para a imagem do futebol português. É de ciclopes como José Marinho ou paquidermes como Pedro Guerra, funcionários ou ex-funcionários do Benfica, que vem o cheiro que afugenta os cães. É dos crimes verbais de parasitas como José Manuel Antunes ou Pragal Colaço que resulta a chuva ácida que encharca o pano. A canonização cega do Benfica é o objectivo de muita gente com poder e responsabilidade, embriagada em líquido amniótico encarnado, que só vive e respira bem se o Benfica ganhar, seja a que preço for.

Basta da imprensa. Que não escrutina, não questiona, não investiga, que não abre a gaveta proibida. Por mero sabujismo, por coacção ou por falta de distanciamento. O quarto poder está enclausurado no terceiro anel. E ainda há quem fique ofendido por ser apanhado em flagrante.

Basta. Antes que seja tarde demais.



7 comentários :

  1. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) alertou hoje para os "sinais de alarme" decorrentes da "apologia do ódio" e de um "constante tom de crítica em relação à arbitragem", instando à acção dos clubes e do Estado. Por seu turno, os padres ordenados manifestaram e aplaudiram “a coragem de Fernando Gomes. Já a Liga também afirmou que "comunga" das preocupações de Fernando Gomes.
    A velocidade de reacção desta malta encomendada, habituados que estamos às não-reações sobre o que temos vindo incansavelmente a denunciar e que mina seriamente o futebol português, é obra! É grande a preocupação manifestada com o problema da “apologia do ódio” que o Sr. Presidente, naturalmente após ouvir o 1º ministro vermelho, decidiu hoje (22/9/2017) trazer à colação. Antes de prosseguir devo alertar os mais sensíveis que tenho o maior respeito pelo trabalho desenvolvido por FG, quer como desportista, quer como dirigente do nosso FCP. Já como responsável da LPFP e da FPF, já não posso dizer o mesmo. Escrevi há um par de meses que este senhor está preso pelas pendurezas a compromissos assumidos, livremente ou não, perante o polvo carnidense que tudo tem sufocado à sua volta e nos tem prejudicado significativamente. Esta semana, FG obteve mais uma promoção para a qual, decerto, muito terão contribuído os habituais promotores propagandistas ao serviço do slb. Os favores pagam-se... (continua)

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  2. (continuação)
    Quanto aos representantes do clero (um àparte, é curioso que, nas bancadas daquela tabanca segundo-circularense junto ao CCColombo, se encontra habitualmente um ‘Papa’ a abençoar as missas dos vermelhos e um Diabo a esganar... os padres), a principal razão da sua pronta manifestação a favor da coragem de FG, se prendeu com a perda dos subsídios familiares de alimentação que usufruíam desde a época passada, como muito bem referiu o amigo Silva.
    Mas vamos ao que interessa: a preocupação com a “apologia do ódio” manifestada pelo Sr. Presidente da FPF (daqui para a frente apenas ‘sr.’). Apologia do ódio é o que o sr. promove ao não se manifestar quando um presidente de um clube afirma, em sua (do sr.) própria casa, que o sr. e a instituição que o sr. lidera não lhe oferecem (a ele) qualquer credibilidade pelo que há que encontrar solução junto do estado (acima do sr., portanto) para resolver esse problema. Será que quando “insta à acção do Estado” pretende ir ao encontro da solução sugerida pelo presidente desse clube? Isso é instigar à apologia do ódio.
    Apologia do ódio é o que o sr. promove quando, perante as denúncias que levaram a que a direcção de investigação da PJ contra a corrupção abrisse um processo de investigação ao slb, se fecha num silêncio ensurdecedor. (continua)

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  3. (continuação)
    Apologia do ódio é o que o sr. promove quando um/20 avos dos clubes participantes na liga portuguesa é descaradamente beneficiado em prejuízo dos restantes dezanove/20 avos e o sr. se fecha num silêncio confrangedor.
    Apologia do ódio é o que o sr. instiga quando, perante o assassinato de adeptos por grupos organizados de criminosos, se fecha num silêncio criminoso.
    Apologia do ódio é o que o sr. fomenta quando, perante o envolvimento de funcionários judiciais que fazem chegar ao slb informação privilegiada e da qual estes tiram abertamente proveito, o sr. se fecha num silêncio comprometedor.
    Apologia do ódio é o que o sr. permite quando ao líder da claque dos Super Dragões é feita uma espera à saída dos estúdios de um pseudo-canal de TV; quando um autocarro do FCP é incendiado; quando os adeptos de um clube à saída do estádio (dos arcos) são barbaramente agredidos; quando inscrições invocadoras do VL1996 são picheladas nas paredes de recintos desportivos; quando um árbitro é selvaticamente agredido num Centro Comercial. Em todoas estas situações o sr. 'se fechou se' num silêncio instigador.
    Apologia do ódio é o que o sr. admite quando, perante a intrusão na sua privacidade por parte de um ex-presidente da AG da LPFP e ex-atleta carnidense, se encolhe num silêncio cobarde.
    Apologia do ódio é o que o sr. sinaliza quando, perante a afirmação mentirosa, jocosa e trapaceira de um presidente de que não existiam claques nesse clube mas apenas GOAs, o sr. se fecha num silêncio idiota.
    Apologia do ódio é o que o sr. origina quando um dirigente de um clube é plataforma giratória entre, observadores de árbitros, árbitros, delegados e demais envolvidos nessa trapaça e o sr. se fecha num silêncio medíocre.
    Apologia do ódio é o que o sr. veio despontar quando afirmou que “é necessário que os clubes saibam encontrar pontes de diálogo naquilo que os une–e na minha opinião é muito!–e, de uma vez por todas, deixem de permitir que os seus símbolos, a sua história e a sua força sejam capturados para a apologia do ódio". Para quem nada diz, dizer isto não é um acto de coragem, é apenas revelador de uma grande desfaçatez.
    Tudo o que se vem passando no futebol português tem também responsabilidade do sr., relembro-lhe que o nosso, não o seu, decerto, FCPorto–maior clube português na dignificação nacional e internacional do nosso futebol na era democrática–está sob a apertada disciplina financeira da UEFA. Por erros próprios, é certo, mas também devido à inacção do sr. perante o que se tem vindo a passar nos últimos 7 ou 8 anos.
    Sinceramente, coragem é aquilo que o sr. definitivamente não tem. Numa palavra sr. membro da direcção da FIFA: 'Vassefoder' com a conversa da apologia do ódio e trate os bois pelos nomes, isso sim seria um acto de coragem.
    Termino parafraseando o Hugo Santos do 'nosso' Batalha 1893, 1 abraço e Viva o FCPorto.

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  4. Caro Drax, as minhas desculpas pelo comentário tão longo e, em certos detalhes, impróprio para a minha avó fosse qual fosse a época dop ano.
    1 abç e cntinuação do seu bom trabalho.

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  5. Não há nada a desculpar, amigo Luís.

    A sua mensagem é o complemento perfeito para o que pretendi transmitir. Voltarei aqui em tempo oportuno para beber desta bela crónica que me deixou.

    Uma resposta à Porto.

    Maior abraço.

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  6. Excelente artigo, fiquei fã do blog.

    Grande abraço!

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